O Tabernáculo e a Sua apresentação prática para o Louvor
No desenho acima, temos uma representação de como era o tabernáculo no tempo em que o povo de Israel estava no deserto. Deus ordenou a Moisés que se fizesse o tabernáculo para que o povo pudesse buscar a Ele, sacrificar, louvar, ofertar, ter comunhão.
Em relação aos nossos dias, podemos ver o tabernáculo em uma perspectiva espiritual. Cada item representa um ensinamento para cada um de nós, adoradores do Senhor. Vamos observar cada um deles?
Pátio ou Átrio: Quem está dentro dele, é salvo por Jesus. No átrio, eram realizados os sacrifícios pelos pecados do povo e a purificação dos sacerdotes, na bacia de bronze.
As Cortinas Externas: limitavam o território do tabernáculo, e eram brancas. Representam a pureza e a santidade que há dentro de seu cercado. Assim devemos ser, todos os salvos em Cristo, com as nossas vestes brancas, contrastando com a sujeira do mundo – tal como estas cortinas brancas eram contrastantes com as tendas sujas e empoeiradas do povo de Israel.
A porta: é única, assim como Cristo é o único acesso permitido a Deus. Entrar pela porta é fácil, pois ela é feita de pano; assim como, para achegar-se a Cristo, basta que aceitemos o presente que Ele tem a nos dar - a Sua salvação.
O altar do Holocausto: nos tempos de Israel, eram oferecidos sacrifícios pelo perdão de pecados. Todos os animais que morreram inocentemente pelos pecados do povo apontavam para o verdadeiro Cordeiro de Deus, que morreu inocente pelo mundo. Sua morte na cruz foi o único e suficiente sacrifício, e depois dele, não precisamos mais sacrificar animais pelos pecados – basta uma única oração, confessando e pedindo perdão, que já estaremos limpos e redimidos.
Bacia de bronze: era onde os sacerdotes lavavam suas mãos e pés antes de entrar no santuário de Deus. Eles sempre se contaminavam em suas tarefas diárias e caminhadas, e para poder dar continuidade ao serviço de Deus, tinham que se lavar nesta bacia. Assim é com todos os salvos: nós não precisamos mais ser lavados totalmente, pois Cristo já nos purificou, e nos tornou seus sacerdotes (Ap 1.5-6: 5 - e de Jesus Cristo, que é a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos e o soberano dos reis da terra. Ele nos ama e nos libertou dos nossos pecados por meio do seu sangue, 6 - nos constituiu reino e sacerdotes para servir a seu Deus e Pai. A ele sejam glória e poder para todo o sempre! Amém.); o que nós temos que fazer é purificar as nossas ações e o nosso caminhar, dia a dia, com a nossa confissão de pecados – desta forma, estaremos sempre purificados.
As tábuas: tinham 5 metros de altura, e eram de acácia – a mesma do altar - revestida com ouro. Representam a Cristo, novamente – sendo Ele homem (assim como a madeira), revestido de Sua glória divina (o ouro). Assim também é o crente, que ao nascer de novo, está revestido de glória celestial.
As cortinas internas: eram bordadas em quatro cores e tecidos diferentes – o linho branco representa a pureza e a justiça (Ap 19.8 - Para vestir-se, foi-lhe dado linho fino, brilhante e puro”. O linho fino são os atos justos dos santos); o tecido azul, o céu, onde Deus está e de onde veio Jesus (João 3.31: “Aquele que vem do alto está acima de todos; aquele que é da terra pertence à terra e fala como quem é da terra. Aquele que vem dos céus está acima de todos); a púrpura representa a riqueza universal, sobre a qual a glória do Senhor Jesus foi colocada; e por fim, a escarlate, que representa a glória real de Cristo como Rei de Israel. Havia 3 entradas com cortinas – a porta do cercado (onde todos entravam), a porta do Santo Lugar (onde só os sacerdotes entravam), e a porta do Santo dos Santos (onde somente o sumo sacerdote entrava uma vez ao ano, no dia da expiação). Somente nesta 3ª porta havia um desenho de querubins, que velavam pela arca da presença de Deus.
As cortinas da cobertura: assim como as outras anteriores, a 1ª era bordada com querubins, nas quatro cores; a 2ª, feita de pelos de cabras, protegia a 1ª cortina (separação completa do mundo exterior); a 3ª, feita de pelo de carneiro tingida de vermelho (nos lembra o sacrifício desses animais, e também a consagração plena do Filho ao Pai – Fp 2.8 - E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!); e por fim, a 4ª, feita de pelos de texugo (Cristo resistiu e foi vitorioso, e esta representa resistência e proteção).
O Candelabro: feito de ouro, estava aceso constantemente, e representa as igrejas que levam Cristo ao mundo, pois Ele é a luz. O fogo simboliza o Espírito Santo, que precisa estar aceso constantemente em nossas vidas.
Mesa: também de ouro, continha os 12 pães da proposição – 12 tribos de Israel. Hoje, representa o povo de Deus em comunhão, e é onde vemos que todos devem conviver juntos, abraçando todo o povo de Deus (Jo 17.9-11 – 9 Eu rogo por eles. Não estou rogando pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus. 10 Tudo o que tenho é teu, e tudo o que tens é meu. E eu tenho sido glorificado por meio deles. 11 Não ficarei mais no mundo, mas eles ainda estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um.). A mesa continha uma moldura de um palmo de largura, para que os pães não caíssem da mesa – como a mão de Jesus, que nos segura e nos mantém juntos. O pão era comido pelos sacerdotes aos sábados, sendo substituídos por novos pães – lembramos mais uma vez, da palavra do Senhor que é o nosso alimento.
Altar do Incenso: o incenso era elaborado com 4 ingredientes (Ex 30.34-38), e não era permitido que ninguém o reproduzisse ou o inalasse; era um segredo somente de Deus. Sobe a Ele, mas parte do altar. Aqui, vemos uma representação do louvor e da adoração dos santos, purificados por Cristo. Nós, filhos e sacerdotes de Deus, podemos oferecer incenso agradável por meio de Jesus Cristo (1 Pedro 2.5-9 - 5 vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo. 6 Pois assim é dito na Escritura: “Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa, e aquele que nela confia jamais será envergonhado”. 7 Portanto, para vocês, os que crêem, esta pedra é preciosa; mas para os que não crêem,“a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular”, 8 e, “pedra de tropeço e rocha que faz cair”.Os que não crêem tropeçam, porque desobedecem à mensagem; para o que também foram destinados. 9 Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.). A adoração é a coisa mais sublime que o cristão pode oferecer a Deus.
O piso: era... de areia. Será possível? A casa de Deus, tão linda e rica, com piso de areia? Sim! Para lembrar-nos de que Deus está ao nosso lado nesta terra, enquanto formos peregrinos aqui neste deserto chamado “mundo”. Não estamos sós; Deus nos conduz até a consumação dos séculos (Mt 28.18-20 - 18 Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. 19 Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os ema nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, 20 ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”).
As varas: com elas, carregavam-se os objetos da casa de Deus e nos falam da nossa tarefa como ministros levitas adoradores. Nós temos a incumbência de carregar o nosso tesouro, Cristo, sobre os nossos ombros – e o mundo verá em nós quem Ele é e quem somos n’Ele.
O Sacerdote: mesmo sendo uma pessoa como nós, ele também é um item que merece muita atenção. Suas vestes e responsabilidade nos remetem ao Sumo Sacerdote Celestial. Vejamos: A estola, bordada nas cores que já conhecemos, além de fios de ouro (EX 39.3 - E bateram o ouro em finas placas das quais cortaram fios de ouro para serem bordados no linho fino com os fios de tecidos azul, roxo e vermelho, trabalho artesanal.). Possui 2 pedras nas ombreiras, com os nomes das tribos de Israel gravados (assim como Jesus que nos leva em seus ombros, como o bom pastor). Em seu peitoral entretecido com ouro, também havia 12 diferentes pedras preciosas, com os nomes das 12 tribos (Jesus nos conhece como um todo, conforme a pedra das ombreiras, mas também nos conhece em particular, como as pedras diferentes no peitoral). Esse peitoral era dobrado, porque dentro dele estavam o Urim (luzes) e Tumim (perfeições), que eram utilizados para a tomada de decisões importantes. Quando alguém do povo precisava consultar a Deus a respeito de alguma decisão que não estivesse muito clara, o Sacerdote utilizava o Urim e Tumim para tal. Deus respondia às perguntas através destes. Havia também o manto, feito de estofo azul, tinha romãs feitas de tecido, costuradas à sua borda, junto a sinetes de ouro (sons unidos a frutos – precisamos viver o que proclamamos ao mundo). A Mitra, uma espécie de gorro de linho fino, possuía uma lâmina de ouro puro onde se lia SANTIDADE AO SENHOR (nós somos indignos, assim como o povo de Israel; no entanto, Deus olha para nós e assim somos santificados, graças ao nosso Sumo Sacerdote Jesus – Hb 6.18-20 - 18 para que, por meio de duas coisas imutáveis nas quais é impossível que Deus minta, sejamos firmemente encorajados, nós, que nos refugiamos nele para tomar posse da esperança a nós proposta. 19 Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, 20 onde Jesus, que nos precedeu, entrou em nosso lugar, tornando-se sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque).
A arca: uma caixa de madeira revestida de ouro, por dentro e por fora. Ela representa claramente Cristo, o Emanuel (presença de Deus conosco). Dentro dela, havia as tábuas da lei de Deus (Só Jesus as cumpriu inteiramente), um vaso de ouro com o maná (Jesus é o pão da vida – Jo 6), e a vara de Arão que havia florescido (a vara de amendoeira, a 1ª que floresce após o inverno, representando a ressurreição de Cristo). Sobre ela, estava o propiciatório, que era a sua tampa, e era onde o sacerdote aspergia (respingava) sangue do sacrifício uma vez ao ano. Em cima do propiciatório, estavam os querubins, que cobriam a arca com suas asas. Suas faces estavam inclinadas olhavam como que em admiração para o sangue que foi aspergido na arca (Lv 16.11-14 - 11 “Arão trará o novilho como oferta por seu próprio pecado para fazer propiciação por si mesmo e por sua família, e ele o oferecerá como sacrifício pelo seu próprio pecado. 12 Pegará o incensário cheio de brasas do altar que está perante o SENHOR e dois punhados de incenso aromático em pó, e os levará para trás do véu. 13 Porá o incenso no fogo perante o SENHOR, e a fumaça do incenso cobrirá a tampa que está acima das tábuas da aliança, a fim de que não morra. 14 Pegará um pouco do sangue do novilho e com o dedo o aspergirá sobre a parte da frente da tampa; depois, com o dedo aspergirá o sangue sete vezes, diante da tampa).
Aplicação Prática no Período de Louvor
Ao achegar-se ao tabernáculo, vimos algumas etapas de entendimento e comunhão com Deus e com os irmãos. Assim, aplicando para os nossos dias como ministros de louvor, em um período de adoração vemos que há também certa ordem musical e melódica. Não podemos ser negligentes com a ordem no louvor, pois provoca certa confusão e desconcentração da igreja; nós devemos conduzir o povo de Deus ao Santo dos Santos, que é o lugar onde há a maior comunhão e adoração, pois é onde se encontra a presença de Deus.
Primeiramente, ao estar sobre nós a responsabilidade da escolha dos hinos, devemos orar e dedicar a adoração a Deus, pedindo a Sua direção ao escolher os cânticos. E, após ler a Sua palavra, então passamos a verificar os hinos de acordo com o que Deus falou em Sua palavra. Feito isto, vemos as etapas do louvor de acordo com os ambientes do Tabernáculo:
Átrio: é onde a maioria do povo de Deus se reúne – e fica. Lá, cantamos cânticos de júbilo, de guerra, de testemunho e de convite ao louvor.
Santo Lugar: é o lugar do sacerdote, é um aprofundamento. É um lugar de ministração de louvor através de cânticos de comunhão, de Edificação no Espírito Santo, de clamor, de Exaltação.
Santo dos Santos: antes do sacrifício de Jesus, o véu dividia o espaço onde estava a arca da presença do Senhor, e lá, somente o sacerdote poderia entrar uma vez ao ano. Após a cruz, esse véu foi rasgado de alto a baixo, e o acesso a Deus foi aberto a todos os filhos adoradores que foram salvos, lavados e edificados em Cristo. E quais os hinos desta etapa da adoração? Hinos de Contemplação, de Adoração.
Lembrando sempre que isto não é uma regra, mas sim um conjunto de parâmetros que nos ajudam a colocar em ordem o período de louvor em nossas igrejas.